UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – POLO
BALNEÁRIO PINHAL
Maria Alice Huber
da Silva
A experiência docente de estágio
BALNEÁRIO PINHAL
2014
A experiência
docente de estágio
Maria Alice Huber da Silva
INTRODUÇÃO
O presente relatório tem
por finalidade descrever os fatos vivenciados durante o Estágio em Educação de
ensino fundamental series iniciais em uma turma de 2º ano na EMEF José
Antônio da Silva no período de 26 de maio a 18 de junho de 2014, a turma é
composta por 20 alunos, sendo 06 meninos e 14 meninas com idades entre seis e
sete anos, nesse estágio pode ser comprovado que trabalhar com crianças nesta
faixa etária representa um grande desafio e ao mesmo tempo evidencia situações
que revelam momentos de gratificação diante do envolvimento que ocorre nessa
inter-relação entre educador e educandos.
É
importante destacar a contribuição recebida neste período tanto da professora
regente quanto da equipe diretiva, considera-se nesse sentido que foi um período
de grande aprendizagem e crescimento, enquanto ser humano.
“A educação é um ato de amor
e, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da
realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”
(Freire, Paulo – 1997).
Percebo
que foi uma caminhada, embora curta, mas de grande valia e que indica nessa
perspectiva que é uma jornada que vale a pena prosseguir e essa é a minha
intenção.
DESENVOLVIMENTO
Tive facilidade para me
organizar quanto ao estágio, em primeiro lugar pelo acolhimento na escola que
foi excelente, por dedicar as tardes livres para esta função sem comprometer o
bom andamento de minhas funções seculares.
Durante o período da observação,
procuramos conhecer a realidade dos alunos para podermos desenvolver as
atividades de acordo a peculiaridade de cada um. Tendo uma aproximação maior,
facilitando a aplicação das práticas pedagógicas.
O estágio foi realizado em
dupla com minha colega Maria Cristina, envolvendo todas as tardes que foram
pré-estabelecidas pela equipe diretiva, buscando cumprir a carga horária
exigida, fomos recebidas pela professora parceira que nos colocou a par da rotina
da turma, do conteúdo a ser trabalhado, nos sugeriu alguns conteúdos que já
estavam programados, nos dando liberdade para criar os planejamentos a partir
desses temas, acolhemos a sugestão da professora e demos segmento a esses projetos.
Tivemos total liberdade para
trabalharmos e ao mesmo tempo podemos contar com a
colaboração da professora parceira que se mostrou pacienciosa, carinhosa, nos
auxiliando no que precisávamos.
Desenvolvendo atividades
Começamos
conversando sobre a importância de uma boa escovação após comer doces e ao se
alimentar;
Utilizamos
o livro Balas, Bombons, Caramelos de Ana Maria Machado, fazendo os devidos
questionamentos, referentes à história, ao ir contando a história mostramos as
ilustrações do livro aos alunos despertando assim o imaginário e fazendo com
que eles participem e interajam com o grupo.
Afixamos no quadro um cartaz com o desenho do personagem “Pipo” do conto Balas, Bombons e Caramelos, com objetivo de trabalhar a importância da higiene bucal. Fizemos perguntas oral questionando quais produtos são usados para o cuidado com os dentes sendo escrito no cartaz, despertando assim o interesse nas crianças e ao mesmo repassando a aprendizagem adquirida, e foi muito gratificante, pois podemos
ajudar alguns alunos a entender a importância de uma boa escovação nos dentes,
e eles interagiram de uma forma maravilhosa.
Na
segunda e terceira semana a temática foi Alimentação, começamos com a Contação da história
“O Sanduíche da Maricota” com compreensão oral e participativa dos alunos.
Assim podemos desenvolver a atenção, compreensão e raciocínio
lógico dos alunos, trabalhamos valores como o respeito em coletividade,
mostrando também a importância de uma alimentação.
Fizemos um momento de degustação
do sanduiche, simulando uma lanchonete com Buffet, dando a liberdade de cada
aluno montar seu sanduiche assim observamos que alguns alunos não têm o hábito
de comer verdura, percebemos também que os alunos que comeram o sanduiche
completo com tudo que o buffet oferecia foi os alunos mais carentes, assim pudemos inserir resto dos alunos bons
hábitos alimentares bem como atitude s que levam a um bom comportamento em
ambiente social reforçando a convivência em grupo.
Após fizemos um momento lúdico
com a música da galinha pintadinha, usando a expressão corporal, fazendo
com que as crianças descontraíssem (relaxassem) e participassem tirando, dessa
forma, o máximo proveito da atividade proposta.
Trabalhamos com a atividade
manual, confeccionando um puxa-saco com garrafa pet em formato de uma galinha, despertamos assim a criatividade, coordenação motora e sempre usando o
lúdico, foi muito legal pois as crianças amaram e fizeram com todo capricho.
Para nosso encerramento fizemos
uma confraternização com direito a bolo e salgadinho, assistimos um filme em
DVD “Grilo Feliz e amigos” O
filme continha cantigas, história e atividades numéricas em forma de música,
aproveitamos para fazer uma interação com os alunos visando uma maior
aproximação em forma de agradecimento, ressaltando a importância do trabalho em
sala de aula.
Esse estágio foi muito gratificante, pude ver
o quanto é interessante conhecer a realidade dos alunos, pois cada criança tem
a sua história, suas dificuldades e seus saberes e assim foi possível perceber
a importância e o dever que temos de nos aperfeiçoarmos cada vez mais, pois
precisamos estar ciente que essa caminhada é apena um começo de um longo
trajeto de aprendizagem.
Perspectivas do
andamento do trabalho
A
partir do conhecimento e acompanhamento da aprendizagem da turma, pude observar
que a turma se divide em grupos bem distintos nos quais tem os que conseguem se
organizar, entendendo e fazendo o que é solicitado com agilidade e presteza,
tem os que não conseguem prestar atenção e ao mesmo tempo tem dificuldades e
ainda tem os que conseguem entender o que é solicitado porem tem “preguiça”
de copiar as atividades no caderno ficando distraído e conversando com os
colegas.
Como
estávamos em duas na sala pudemos nos dividir e auxiliar os que mais
necessitavam procurando proporcionar atividades onde todos fossem capazes de
interagir a partir de suas potencialidades.
Como
nosso planejamento se deteve em um primeiro momento falando da Semana da
higiene e num segundo momento sobre a semana da alimentação, procuramos
conhecer um pouco a realidade de cada aluno, assim pudemos fazer um trabalho
direcionado a essa temática:
Fizemos a degustação do sanduíche, simulando uma lanchonete
com Buffet, onde cada aluno montou seu próprio sanduíche.
Tivemos a intenção de inserir nos alunos bons hábitos
alimentares bem como atitudes que levam a um bom comportamento em ambiente
social reforçando a convivência em grupo.
Fazendo
uma analise do PPP da escola parceira, podemos num primeiro momento entender
que este corresponde e atende as necessidades que as “suas demandas concretas”
impõe em relação ao entorno escolar, uma vez em que tem bem em mente a
realidade vivenciada por sua clientela e, nesse sentido busca construir uma
escola visando preparar os alunos a enfrentar essas realidades, juntamente com
participação efetiva dos pais, valorizando o potencial dos indivíduos e, a
partir disso, constituir cidadãos responsáveis e sensíveis a situações
vivenciadas no dia a dia comum em sua comunidade na qual estão inseridos.
Ao observar que nossos alunos só
conseguem entender e aprender o que ensinamos, quando conseguem formar suas
próprias opiniões sobre o assunto, nesse momento realmente se interessam pelo
que é dado, acredito que a aprendizagem deva ser significativa na vida do
aluno, por esta razão devemos fazer com que eles realmente se interessem, sendo
assim aprendam, e isso na realidade não se dá só com nossos alunos, mas com nós
mesmos, pois quando vamos preparar a aula a principio, procuramos atividades
que nos chame atenção, que dominamos o assunto para passarmos.
Uma das formas de fazer com o que o
aluno comece a se interessar pelas aulas é
trabalhando suas próprias vivencias, e para isso seria importante conhecermos
um pouco mais a realidade de cada um, assim teremos condições de fazermos um
bom trabalho e fazer com que o interesse pelas aulas aumente.
Em uma sala de aula temos uma variedade
de situações, pois cada aluno é único e cada aluno traz consigo suas diferentes
vivencias, assim podemos através de disso chegar a um consenso onde todos podem
ser envolvidos e trabalharem harmoniosamente.
É necessário problematizar uma situação
instigando no aluno o interesse pela aula a ser desenvolvida, não
necessariamente precisa-se usar desses artifícios, embora o lúdico e as atividades
dinâmicas e desafiadoras despertem no sujeito-aprendiz o gosto e a curiosidade
pelo conhecimento. Curiosidade que segundo Freire (1997) é natural e cabe ao
educador torná-la epistemológico sendo um recurso do qual o professor
não pode desperceber ou deixar de fazer uso, contudo pode através de conversas
instigantes criarem aulas motivadoras tendo também bom resultados.
É importante ressaltar que em toda e qualquer
atividade a ser desenvolvido, o professor como mediador nesse processo de
ensino e aprendizagem é peça fundamental, devendo estar comprometido,
envolvido, ter “paixão” pelo que faz!
Segundo Vasconcellos:
“O planejamento é uma necessidade constante em todas as áreas da
atividade humana. Planejar é analisar uma realidade e prever as formas
alternativas da ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos
desejados”.
Na escola possui:
Monitor
para o pátio, Assistente Social com atendimento todas as terças-feiras, Apoio
Pedagógico que é feito pela supervisão da escola e oficinas de aprendizagem
chamada de reforço realizada em turno inverso, os demais serviços como
Psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, AEE há uma equipe multidisciplinar que
atende na secretaria de educação SMEC.
“A
escola deve estar centrada democraticamente no seu educando e na sua comunidade
local, vivendo a suas circunstâncias, integrada com os seus problemas, levará
os seus estudantes a uma nova postura diante dos problemas de seu contexto: a
da intimidade com eles, a da pesquisa, em vez da mera, perigosa e enfadonha
repetição de trechos e de afirmações desconectadas das suas condições mesmas de
vidas”. (FREIRE, Paulo, e GUIMARÃES, Sergio).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fazer
o estágio foi muito gratificante, é uma experiência inesquecível, com certeza
vou levar para a vida toda. Nessa fase acho que ainda está se formando o perfil
de um professor, tão importante quanto à educação.
Em
reconhecimento ao maravilhoso trabalho realizado nas escolas em que vivenciei o
estágio, me proporcionando de forma produtiva e proveitosa a realização deste,
tem aqui o meu agradecimento a todos os que colaboraram para esse trabalho.
As
situações me proporcionaram visão de como resolver problemas e de como agir em
um ambiente escolar, levando em conta o decorrer do dia não devemos sempre
lembrar que somos educadores e que cada criança pode estar dependendo de um
olhar especial para o seu desenvolvimento, por isso não devemos perder a calma
nunca e sim pensar em estratégias e alternativas, desenvolver competência para
o melhor desempenho do educando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da Esperança. São
Paulo: Paz e Terra, 2011.
VASCONCELLOS,
C. S. Planejamento: Plano de ensino
aprendizagem e projeto educativo, Ed. Libertad, São Paulo, 1995.
LEITURA:
FREIRE, Paulo, e GUIMARÃES, Sergio, Sobre
Educação: Diálogos, volume I, Paz e Terra, (Pag. 35-49).
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade
(recurso eletrônico) 1º Edição – 1997
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – POLO BALNEÁRIO PINHAL
FERNANDA ALMEIDA AGLIARDI
REFLEXÕES DA PRÁTICA DOCENTE:
BALNEÁRIO PINHAL
2014
REFLEXÕES DA PRÁTICA DOCENTE
1 Fernanda Almeida Agliardi
2 Universidade Federal de Pelotas UFPEL
Introdução:
No presente trabalho iremos mostrar como é fundamental termos uma visão mais ampla de nossa educação, como a mesma é complexa e rica de possibilidades, na medida, que a encaramos com responsabilidade e respeito, pois é o educador que precisa ter a responsabilidade e respeito em seu fazer pedagógico para garantir que ambos, educador e educando possam construir de forma significativa a construção do conhecimento, que acontecerá através de uma postura responsável do educador.
Neste estudo iremos apresentar como o caminho entre ensinar e aprender é rico, pois aprendemos e ensinamos em vários momentos de nossa existência, e na escola é fundamental termos e darmos significados a nossas ações pedagógicas, neste estudo será realizado uma reflexão sobre a docência e seus desafios, bem como, as demandas que se possui na caminhada rumo ao conhecimento, a importância do significado dos assuntos, importância do diálogo, da ludicidade, dos jogos, da brincadeira, da pesquisa sobre a realidade do outro e também a nossa realidade enquanto sociedade, todas estas questões estarão em contato com os nossos pensadores, refletem em nossas práticas pedagógicas, dando um norte a nossa docência. O estudo será apresentado contendo subitens onde serão feitas as reflexões sobre a docência e suas variáveis.
PALAVRAS CHAVES: Planejamento, flexibilidade, conhecimento, lúdico, sensibilidade.
____________________________
1 Aluna do 7 ° semestre do curso de pedagogia na Universidade Federal de Pelotas .
2 Universidade Federal De Pelotas – Universidade aberta do Brasil pólo Balneário Pinhal.
Conhecendo a turma e a realidade para contribuir para aprendizagem
É muito importante conhecer a realidade e entorno da escola, para assim iniciar sua caminhada rumo a uma docência responsável, ao iniciar meu estágio já tinha uma boa relação com a escola, pois sou parceira dela desde o inicio do curso, isso ajudou muito para meu inicio na escola, onde conhecia os colegas. Ao iniciar meu estágio percebi muita coisa que só estando frente a uma turma é que percebemos. Planejamentos são importantes mais precisam ser flexíveis, pois, assim podem sanar certas dificuldades que aparecem ao longo do trabalho ao longo do estágio busquei significar situações para que o assunto trabalhado tivesse sentido concreto, a realidade do educando e assim busquei significar os assuntos, pois nós sujeitos só damos significados as coisas quando percebemos que fazem parte de nosso conhecimento de mundo. “O homem para conhecer as coisas em si, deve primeiro transformá-las em coisas para si.”(K.Kosik, Dialética do concreto,p.22)
É assim que percebo o conhecimento significativo, nós seres humanos, temos a real necessidade de sentir, tocar, olhar, conhecer aquilo que estamos sendo, apresentados, isto é, nosso e como perdemos isso quando chegamos as nossas salas de aula, como pensamos que seremos significativos para nossos alunos, quanto planejamos aulas de maneiras frágeis e muitas vezes sem atração, buscando não cair nesta realidade muito comum de nossas escolas, busquei fazer diferente, planejei aulas que vinham de encontro com os ”conteúdos” estabelecidos pela professora parceira, mas com um viés diferente um olhar mais lúdico e com ações mais participativas entre o grupo, pois acredito na grande importância que possui o trabalho coletivo, pois como um ditado popular duas cabeças pensam melhor que uma, neste sentido trabalhei muito o coletivo e o individual.
O planejamento como ferramenta importante no processo de ensino aprendizagem.
Este precisa ser altamente motivador para o sucesso acadêmico de seu educando.
Planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meios se pretende agir. (OLIVEIRA. 2007. p.21).
(...) situação orientadora inicial: é a criação de uma situação motivadora, aguçamento da curiosidade colocação clara do assunto, ligação com o conhecimento e a experiência que o aluno traz, proporsição de um roteiro de trabalho, formulação de perguntas instigadoras (...) (J.C. LIBÂNEO, Democratização da Escola Pública, p.145)
Iniciei meu estágio buscando levar em conta a realidade de minha turma parceira juntamente com a realidade da escola. Ao iniciar meu estágio busquei planejar minhas aulas de forma responsável, pois daria continuidade aos assuntos trabalhados pela a professora parceira, ao entrar em sala para observá-los pude perceber como era a turma e seus ritmos individuais e coletivos, quando iniciei a docência pude colocar em pratica meu planejamento,busquei dar a ele a flexibilidade e ludicidade levando em conta a realidade escolar e dos educandos, pois planejar é fundamental para sabermos o que queremos efetivamente com tal assunto proposto. Quando falo de flexibilidade no planejamento me refiro ao fato de efetivamente do mesmo ser construído de forma que contribua para o ensino aprendizagem, nele precisam ser levados em conta o tempo e o ritmo de cada educando e isso foi evidenciado em meu planejamento, que contemplou ações lúdicas, concretas e diálogos, porque todo o planejamento precisa ter a intencionalidade da ação para a construção do conhecimento.
“O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser ... consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas revendo o desenvolvimento da ação no tempo” VASCONCELLOS,Celso.2005.
Portanto o planejamento precisar estar atento nas necessidades dos alunos, potencializando a construção do conhecimento, pois é planejando que fazemos uma reflexão sobre o que queremos tal assunto e como iremos contribuir para o ensino aprendizagem de nossos educandos, pois o sujeito é profundamente especial neste processo como nos diz Freire:
“ Na relação ensino e aprendizagem a primeira exigência são as pessoas, depois vêm as técnicas”. (FREIRE,2005 pedagogia da autonomia p135)
O olhar sobre as ações.
Ao iniciar minha docência, procurei realizar ações significativas que levassem em conta o que o aluno trazia consigo sobre o assunto, após este momento busquei através de meu planejamento proporcionar que os assuntos fossem significativos para o grupo, houve um assunto em especial” sistema monetário” onde iniciei este “conteúdo” com eles, apresentei o sistema monetário brasileiro, as várias moedas que existiram ao longo do tempo, esta atividade em meu planejamento tinha como intencionalidade que eles conhecem o dinheiro, bem como, seu valor, ao longo do trabalho falamos sobre os itens que constituem uma cesta básica, cesta esta, muito utilizadas pelas famílias, pois muitas são carentes e ganham cestas pela prefeitura municipal, esta atividade tinha como intenção que o educando percebesse o valor dos alimentos e quanto era gasto pelas famílias para garantir o mínimo necessário para seu sustento, “Porque engajada na formação de educandos, não é possível à escola alhear-se das condições sociais culturais, econômicas de seus alunos, de suas famílias, de seus vizinhos”(FREIRE,2005 pedagogia da autonomia).
Esta atividade foi muito significativa para a turma, pois além de conversarmos sobre os alimentos e valores fizemos uma saída de campo onde eles puderam pesquisar e fazer a relação custo benefício sobre os alimentos, esta atividade foi muito elogiada pela a escola parceira e também pelas famílias, porque as crianças passaram a pesquisar os preços e assim ajudar na hora da compra.
Ao ver o final desta atividade senti-me muito contente com o resultado, pois vi as famílias participarem das pesquisas. Durante meu estágio fui visitada por algumas famílias para elogiar o trabalho, outros foram para me conhecer, pois seus filhos falavam de mim em casa, isso, confesso me deixou muito contente, pois pude ser significativa para a turma, e assim aconteceu em outras ações como o bingo que fizemos com antônimos e sinônimos, as reflexões em ensino religioso entre outras, nestas ações busquei dar sentido a todos os assuntos propostos e pude observar os avanços da turma aqueles que eram mais tímidos passaram a participar e sentir-se parte importante deste processo.
Acredito que o fato de ter feito um planejamento lúdico e participativo com meus alunos os ajudou a sentirem-se confortáveis para participarem, exemplo: havia uma aluna muito tímida que não falava muito e pouco participava, comecei aos poucos conversar e estimular a sua auto- estima, pois a mesma dizia não saber ler direito, que nada sabia, mas sentia muito vergonha de se expor ao grande grupo e assim passei a trabalhar com a oralidade em grande grupo e assim conseguimos todos ajudar a coleguinha a ficar mais confiante para expor suas ideias sobre os assuntos. De contra partida tinha um aluno que não parava quieto estava sempre andando pela sala, mostrava muita dificuldade de concentração e seu tempo era curto logo se distraia com outras coisas, pensando nele busquei delegar função como ser ajudante da turma e cuidar dos colegas, procurei dar mais ludicidade as aulas, porque assim chamava sua atenção isso foi muito importante para que ele participasse das aulas, vejo que observar e efetivamente olhar meus alunos, fez com que eu pudesse perceber as especificidades de cada um e pude com isso fazer meu planejamento de forma coerente e colaborativa para o processo de ensino aprendizagem.
“O formado, desde o principio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (FREIRE, 1996, p. 22)
Ao longo do curso foi possível ter acesso a vários documentos como o Projeto Politico Pedagógico, que nos orienta, quanto ao trabalho pedagógico, é a peça fundamental, ele regulamenta as práticas e as posturas da escola, ao longo do estágio busquei estar atenta ao que rege a escola, tendo sempre em vista o que diria o PPP da escola, o mesmo tem como objetivo preparar o educando para vida, pois quer que ele seja um ser pensante e critico sobre sua realidade. E pensando nisso busquei fazer com que os educandos pensassem sobre nossa realidade enquanto sociedade, em todas as áreas do conhecimento é necessário, termos esta postura reflexiva sobre nossa Cidade, Estado, País, relacionando-o com a nossa vida enquanto sujeitos de nossa própria história.
A contribuição do lúdico para o processo de ensino aprendizagem.
Ao iniciar sua docência é preciso pensar que neste momento, você estará em contato com diferentes sujeitos, que pensam diferentes, que possuem tempos e ritmos diferentes e que, portanto, sua postura contribuirá ou não para a aprendizagem de seus educandos, o simples fato de escolher uma atividade não é simples na medida, que você precisará ter ações para que esta aprendizagem aconteça, então é nesta hora que é importante buscar estratégias que possibilite que a aprendizagem aconteça de maneira satisfatória. Portanto, chegamos na contribuição que o lúdico nos traz.
É comum ao entrarmos em uma escola de educação infantil, observarmos todas as crianças brincando, fazendo rodas de leituras com suas professoras, utilizando sua coordenação motora ampla e fina e realizando jogos simbólicos, e porque perdemos isto quando estamos nas series inicias? Por que nos prendemos tanto nos currículos e esquecemos que este momento é fundamental na construção social e cognitiva de nossos educandos? É comum isso acontecer queremos que eles correspondam as nossas aulas, mas muitas vezes deixamos nossas aulas entediantes, pois não damos sentidos concretos a elas é neste sentido que ao planejar as ações o professor precisa estar atento as grandes possibilidades que temos, uma simples maneira de organizar uma turma em circulo fará diferença na hora da leitura, ao iniciar meu estágio, busquei fazer isso, fazer leituras em roda, jogos, saídas de campos, usar a tecnologia em prol do conhecimento, ser mais lúdica em minhas ações, pois assim a turma podia participar de maneira efetiva da construção da atividade e por contra partida aprendia de forma significativa, porque era parte integrante desta construção.
Portanto é necessário pensar em situações que favoreçam a aprendizagem e isso não significa termos matérias de última geração, se tivermos muito bom, mas não é isso que determinará minha prática, mas sim meu comprometimento e sensibilidade frente ao processo de ensino aprendizagem.
Considerações finais.
Durante minha docência busquei colocar em prática toda minha vivência acadêmica, todos os textos lidos informações adquiridas e trocas com os colegas, que nos faz refletir sobre qual educador queremos ser, aquele que é engessado pelo currículo, ou aquele que o adapta a sua realidade e busca estratégias próprias para assegurar o conhecimento, a segunda possibilidade é a que melhor se encaixa ao perfil de educadora que pretendo ser e a que se faz necessária na medida da evolução das tecnologias, que faz com que os educadores sejam pesquisadores de suas próprias práticas docentes, pois, se não serão ultrapassados pelas bagagens de vida de seus educandos, enfim, é necessário que o educador seja observador, pesquisador, motivador, inovador de sua prática em quanto sujeito colaborador da construção do conhecimento.
Enfim, para se atuar na educação o educador precisa ser sensível a sua prática, pois assim sensibiliza á todos que fazem parte, sejam eles educadores, educandos, família e comunidade escolar, pois estes são fundamentais quando pensamos em ensino significativo e de qualidade.
“O homem sente: SENTE a Primavera. E o sentir e viver a vida são valorizados: “gostaria de ver vir junto de mim (...) uma jovem (...) com os seus olhos e o seu espírito intrepidamente curiosos, com a sua inteligência e o seu bom senso intactos e que soubesse principalmente sentir e viver a vida” (FREINET, 1969, p. 61).
REFERÊNCIA
BRASIL. MEC – Ministério da Educação e Cultura. Trabalhando com a
Educação de Jovens e Adultos – Avaliação e Planejamento – Caderno 4 –
SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – 2006.
FREINET, Celestin. (1969): A educação pelo trabalho. Lisboa: Editorial Presença (1o Volume).
FREIRE, Paulo. (2005): Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31. Ed. São Paulo: Paz e Terra.
FUSARI, José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf.> Acesso em 22/06/2014.
HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação: mito e desafio-uma perspectiva construtivista.
Educação e Realidade, Porto Alegre, 1991.
LIBÂNEO, José Carlos, Didática. São Paulo. Editora Cortez. 1994
MENEGOLLA, Maximiliano. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar?
Como planejar? 10ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In Revista de Educação AEC Brasília: abril de 1992 (n.83).
VASCONCELLOS, Celso. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995.
SILVA, Rogéria Novo da Silva. Quefazeres necessários à docência:
imperativos à formação permanente. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPel, 2013.